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GASTRITE E REFLUXO
Alimentos que ajudam e aqueles que pioram os sintomas.
Héllen Cássia Nutrivida
1/17/202512 min ler


Introdução à gastrite e refluxo
A gastrite e o refluxo gastroesofágico são condições que afetam consideravelmente a saúde digestiva. A gastrite é caracterizada pela inflamação da mucosa do estômago, enquanto o refluxo se refere ao retorno do conteúdo gástrico para o esôfago, causando desconforto e possíveis complicações. Ambas as condições podem ser causadas por uma variedade de fatores, incluindo dietas inadequadas, uso excessivo de medicamentos anti-inflamatórios não esteroides, consumo de álcool e infecções, como a infecção pelo Helicobacter pylori.
Os sintomas comuns da gastrite incluem dor abdominal, náuseas, vômitos, e sensação de inchaço. Por outro lado, o refluxo frequentemente se manifesta como azia, regurgitação e dificuldades para engolir. A interconexão entre essas duas condições não deve ser subestimada; o refluxo pode agravar a gastrite e vice-versa, criando um ciclo de desconforto e inflamação que dificulta a recuperação. Isso demonstra a importância de buscar um diagnóstico preciso e uma abordagem de tratamento integrada.
Alimentação adequada desempenha um papel crucial na gestão e alívio dos sintomas tanto da gastrite quanto do refluxo. A escolha de alimentos pode não só aliviar os episódios agudos, mas também proteger o revestimento do estômago e disminuir a irritação do esôfago. Na construção de uma dieta equilibrada que favoreça a saúde digestiva, é fundamental evitar alimentos irritantes, como alimentos picantes, ácidos ou muito gordurosos, que podem exacerbar os sintomas.
Compreender as causas, sintomas e a relação entre gastrite e refluxo é essencial para a implementação de estratégias eficazes de manejo, especialmente em relação à alimentação. Uma abordagem dietética consciente pode ter um impacto significativo na qualidade de vida dos indivíduos afetados por essas condições.
Como a alimentação afeta a gastrite e o refluxo
A alimentação desempenha um papel crucial na gestão de condições como gastrite e refluxo gastroesofágico. A escolha dos alimentos pode influenciar diretamente a inflamação do trato gastrointestinal e, consequentemente, o agravamento ou alívio dos sintomas. Em termos gerais, os alimentos que consumimos não apenas fornecem nutrientes, mas também podem interagir com a mucosa gástrica e o esôfago, impactando a digestão e a produção de ácido estomacal.
Alimentos condimentados, ácidos e fritos são frequentemente citados como agravantes dos sintomas de gastrite e refluxo. Por exemplo, comidas ricas em gordura podem relaxar o esfíncter esofágico inferior, facilitando o retorno do ácido gástrico ao esôfago. Por outro lado, alimentos menos irritantes, como arroz, batatas e vegetais cozidos, são considerados mais benéficos para quem sofre de gastrite, pois ajudam na digestão e não provocam excessos de ácido. A inclusão de frutas como bananas e melões também pode ser vantajosa, uma vez que esses alimentos são menos propensos a causar irritação.
Além disso, a alimentação rica em fibras e probióticos tem mostrado ser útil na modulação da flora intestinal e na redução da inflamação. Iogurtes naturais e grãos integrais podem contribuir para um melhor equilíbrio da microbiota, favorecendo um ambiente gastrointestinal saudável. Estudos sugerem que a dieta anti-inflamatória, que inclui peixes ricos em ômega-3, nozes e sementes, pode auxiliar na diminuição da inflamação e, por conseguinte, dos sintomas relacionados à gastrite e ao refluxo.
É fundamental observar que a individualidade biológica de cada paciente influencia a resposta a diferentes alimentos. Portanto, manter um diário alimentar pode ser uma ferramenta útil para identificar quais itens alimentares desencadeiam ou aliviam os sintomas. Essa abordagem personalizada na alimentação pode oferecer um caminho eficaz para a gestão da gastrite e do refluxo, assim como promover a saúde geral do sistema digestivo.
Alimentos que ajudam a acalmar os sintomas
A gastrite e o refluxo gastroesofágico são condições que podem causar desconforto e dor significativos. A escolha adequada dos alimentos é fundamental para minimizar os sintomas e promover a saúde gástrica. Diversos estudos sugerem que certos alimentos podem ser eficazes no alívio dos sintomas, ajudando na cura da mucosa gástrica e na melhoria da digestão.
Um dos alimentos mais benéficos é a banana, devido ao seu teor elevado de potássio e fibras. Estudos demonstram que a banana pode ajudar a neutralizar a acidez e fornecer um revestimento protetor para a parede do estômago, reduzindo a irritação. Além disso, as bananas são também uma excelente fonte de carboidratos complexos, que auxiliam na digestão e oferecem um efeito saciante.
Outro alimento que pode ser útil para pacientes com gastrite e refluxo é o iogurte. Contendo probióticos, que são organismos benéficos, o iogurte pode contribuir para a saúde intestinal e melhorar o equilíbrio da microbiota. Pesquisas indicam que o consumo regular de iogurte pode ajudar a reduzir a inflamação e estimular a recuperação da mucosa gástrica.
O gengibre, amplamente utilizado na medicina tradicional, também se destaca por suas propriedades anti-inflamatórias. Vários estudos recentes evidenciam que o gengibre tem a capacidade de inibir a secreção de ácidos gástricos, favorecendo assim uma melhor digestão e aliviando os sintomas de náusea que podem acompanhar o refluxo.
Além desses, alimentos ricos em fibras, como vegetais crucíferos (brócolis, couve-flor) e aveia, também são benéficos, pois promovem a saciedade e ajudam a regular a digestão. Incorporar uma variedade de alimentos que ajudam a acalmar os sintomas de gastrite e refluxo é fundamental para o manejo eficaz dessas condições.
Alimentos que pioram os sintomas
Gastrite e refluxo gastroesofágico são condições que podem ser exacerbadas por uma série de alimentos. A ingestão de certos itens pode aumentar a produção de ácido no estômago, relaxar o esfíncter esofágico e, consequentemente, agravar os sintomas associados a essas patologias. Entre os grupos alimentares que devem ser evitados destacam-se os alimentos altamente ácidos, gordurosos e temperados.
Alimentos ácidos, como frutas cítricas, tomates e molhos à base de ácido acético, podem irritar a mucosa do estômago ou do esôfago, aumentando a sensação de queimação. Pesquisas indicam que a dieta rica em ácido pode contribuir para o desconforto em indivíduos com gastrite ou refluxo. Além disso, a ingestão excessiva de chocolate e cafeína, encontrados em bebidas como café e refrigerantes, também estão associados ao relaxamento do esfíncter esofágico, permitindo que o ácido gástrico suba para o esôfago.
Os alimentos gordurosos, como frituras e carnes processadas, são outro grupo problemático. A gordura demora mais para ser digerida, o que pode aumentar a pressão sobre o estômago e favorecer o refluxo. Estudo realizado pela American Gastroenterological Association sugere que uma dieta rica em gordura aumenta os riscos de refluxo gastroesofágico. Por fim, especiarias e alimentos muito temperados podem irritar o trato gastrointestinal, aumentando a inflamação e os sintomas de gastrite.
Além de evitar esses alimentos, é fundamental proteger o estômago respeitando os horários das refeições e optando por porções moderadas. Trata-se de uma abordagem que pode minimizar a possibilidade de flare-ups e melhorar a qualidade de vida de quem sofre dessas condições. A adoção de modificações na dieta deve ser feita com acompanhamento de profissionais da saúde, assegurando o manejo adequado dos sintomas.
Dicas de preparo e consumo
Preparar alimentos de forma adequada é fundamental para minimizar os sintomas de gastrite e refluxo. A escolha dos métodos de cozimento, temperos e combinações de alimentos pode ter um impacto significativo no bem-estar digestivo. Uma abordagem prudente é optar por técnicas de cozimento mais leves, como o vapor, a gratinação ou o assado, ao invés de fritar, que pode exacerbar os sintomas. O uso de óleos saudáveis, como o azeite de oliva, em quantidades moderadas, também pode ser benéfico.
Itens que costumam ser bem tolerados por quem sofre de gastrite e refluxo incluem frutas como bananas e maçãs, além de vegetais cozidos, como cenouras e abóbora. Ao preparar esses alimentos, é recomendado cozinhar até que fiquem macios, pois isso facilita a digestão. A introdução de ervas como gengibre e camomila pode também oferecer alívio, dada suas propriedades anti-inflamatórias e calmantes. No entanto, evite temperos picantes, ácidos ou muito gordurosos, pois estes podem causar irritação no esôfago e no estômago.
Além disso, é aconselhável comer em porções menores e mais frequentes ao longo do dia. Isso ajuda a evitar a sensação de estômago cheio, que pode agravar o refluxo. A combinação de carboidratos complexos, como arroz integral ou quinoa, com proteínas magras, como frango grelhado ou peixe, tende a ser uma escolha inteligente. Essas combinações alimentares não só garantem uma dieta equilibrada, mas também promovem uma digestão mais suave.
Finalmente, a leitura atenta de rótulos de alimentos industrializados é essencial. Muitos produtos contêm aditivos artificiais, conservantes e temperos irritantes que podem piorar os sintomas. Ao seguir estas dicas de preparo e consumo, é possível fazer escolhas que favoreçam a saúde digestiva e minimizem os desconfortos associados à gastrite e ao refluxo.
Estilos de vida que podem ajudar
Além da alimentação, o estilo de vida desempenha um papel crucial na gestão de condições como gastrite e refluxo. Pequenas mudanças nos hábitos diários podem ter um impacto significativo na redução dos sintomas. Um aspecto fundamental a ser considerado é a prática regular de atividades físicas. O exercício não apenas ajuda a manter um peso saudável, mas também pode melhorar a motilidade gastrointestinal, reduzindo a incidência de refluxo ao promover a digestão adequada.
Além disso, a prática de exercícios pode ajudar a aliviar o estresse, que, por sua vez, pode ser um fator agravante para a gastrite. A redução do estresse pode ser alcançada através de atividades como yoga, meditação ou até mesmo caminhadas ao ar livre. Essas técnicas de relaxamento são benéficas, pois ajudam a equilibrar a resposta do corpo às situações estressantes e podem diminuir a produção de ácido gástrico, aliviando os sintomas associados a essas condições.
Manter um peso saudável é igualmente importante. O excesso de peso pode pressionar o estômago e aumentar a probabilidade de refluxo. Portanto, o controle do peso deve ser uma prioridade e pode ser alcançado através de uma combinação de dieta equilibrada e exercícios regulares. Estar atento ao que se ingere, evitando refeições pesadas e calorias vazias, pode ser uma estratégia eficaz.
Por fim, um hábito que merece destaque é a regularidade das refeições. Comer em horários fixos e evitar lanches pesados antes de dormir pode ajudar a estabilizar a acidez no estômago. É também aconselhável evitar deitar-se imediatamente após as refeições, permitindo que a digestão ocorra eficientemente. A adoção dessas práticas de estilo de vida pode contribuir significativamente para a redução dos sintomas de gastrite e refluxo, promovendo uma melhor qualidade de vida.
Outras dicas para gerenciar gastrite e refluxo:
Comer porções menores: Comer grandes quantidades de alimento pode sobrecarregar o estômago e desencadear sintomas. Tente fazer refeições menores ao longo do dia.
Evitar deitar após as refeições: Espere pelo menos 2-3 horas depois de comer antes de se deitar para evitar refluxo.
Beber água regularmente: A água ajuda a diluir os ácidos no estômago e a melhorar a digestão, mas evite grandes quantidades de uma só vez.
Manter um peso saudável: O excesso de peso pode aumentar a pressão sobre o estômago e piorar os sintomas de refluxo.
Essas recomendações são baseadas em estudos que investigam o impacto da alimentação nas condições digestivas, mas é sempre bom lembrar que cada pessoa pode reagir de forma diferente. O acompanhamento médico é essencial para determinar o tratamento adequado e a dieta mais eficaz para cada caso.


Fitoterápicos indicados para gastrite e refluxo
Alcaçuz (Glycyrrhiza glabra):
O alcaçuz tem propriedades anti-inflamatórias e protetoras para a mucosa gástrica, ajudando a aliviar os sintomas da gastrite. No entanto, deve ser usado com cautela, pois pode ter efeitos colaterais, como retenção de líquidos e aumento da pressão arterial, se consumido em grandes quantidades.
Camomila (Matricaria chamomilla):
A camomila é conhecida por suas propriedades calmantes e anti-inflamatórias. Ela pode ajudar a reduzir a inflamação no trato gastrointestinal, aliviando sintomas como dor e queimação, comuns na gastrite e no refluxo.
Gengibre (Zingiber officinale):
O gengibre tem propriedades anti-inflamatórias e pode ajudar na digestão, reduzindo náuseas e indigestão. Ele também pode aliviar a sensação de queimação no estômago associada ao refluxo. No entanto, o uso em pessoas com gastrite muito aguda deve ser feito com cautela, pois pode, em alguns casos, agravar os sintomas.
Cúrcuma (Curcuma longa):
A cúrcuma, com sua substância ativa curcumina, é um potente anti-inflamatório natural que pode ajudar a reduzir a inflamação na mucosa gástrica e no esôfago, aliviando sintomas de gastrite e refluxo. A cúrcuma pode ser consumida em pó, cápsulas ou em chás.
Menta (Mentha piperita):
A menta pode ter um efeito relaxante no sistema digestivo e aliviar sintomas de cólicas e dores abdominais. Contudo, deve ser usada com precaução em pessoas com refluxo, pois em algumas pessoas a menta pode relaxar o esfíncter esofágico inferior, promovendo o refluxo.
Erva-cidreira (Melissa officinalis):
A erva-cidreira tem um efeito calmante e pode ajudar a reduzir a irritação gástrica, além de aliviar o estresse, que muitas vezes agrava os sintomas de gastrite e refluxo.


Especialistas a procurar
Para o diagnóstico e tratamento de gastrite e refluxo, é recomendável procurar os seguintes especialistas:
Gastroenterologista:
O gastroenterologista é o principal especialista no diagnóstico e tratamento de doenças do sistema digestivo, incluindo gastrite e refluxo. Ele pode prescrever medicamentos específicos e sugerir ajustes na dieta e no estilo de vida.
Nutrólogo:
Um nutrólogo é o especialista em nutrição médica e pode orientar sobre como a alimentação pode ser ajustada para aliviar os sintomas de gastrite e refluxo, além de sugerir fitoterápicos e suplementos que possam ajudar no controle das condições.
Clínico geral:
O clínico geral pode ser o primeiro ponto de contato para avaliar os sintomas iniciais e encaminhar para o especialista adequado, seja para um gastroenterologista ou nutrólogo.


Exames para diagnóstico de gastrite e refluxo
O diagnóstico da gastrite e do refluxo gastroesofágico pode envolver uma combinação de avaliação clínica (histórico médico e sintomas) e exames laboratoriais e de imagem. Alguns dos principais exames incluem:
Endoscopia digestiva alta (ou gastroscopia):
Este é o exame mais preciso para diagnosticar gastrite e refluxo. Ele permite que o médico visualize diretamente o esôfago, o estômago e o duodeno, identificando inflamações, úlceras ou alterações na mucosa. É frequentemente realizado com sedação.
pHmetria esofágica de 24 horas:
A pHmetria mede a quantidade de ácido presente no esôfago ao longo de 24 horas. Esse exame é útil para diagnosticar o refluxo gastroesofágico (DRGE) e avaliar a intensidade do refluxo ácido.
Manometria esofágica:
A manometria avalia a função do esôfago, medindo a pressão e a movimentação do esôfago e do esfíncter esofágico inferior. Esse exame é indicado quando há suspeita de refluxo e serve para verificar se o esfíncter esofágico está funcionando corretamente.
Exames de sangue:
Para verificar a presença de infecção por Helicobacter pylori, uma bactéria associada à gastrite e úlceras, exames de sangue ou testes de respiração (teste do urease) podem ser feitos.
Raio-X com contraste:
Embora não seja o exame mais utilizado para o diagnóstico de gastrite ou refluxo, pode ser solicitado em alguns casos para observar a anatomia do esôfago e do estômago, especialmente se houver suspeita de outras condições.
Exames de fezes:
Caso se suspeite de infecção por Helicobacter pylori, o exame de fezes também pode ser útil para detectar a presença da bactéria.


Conclusão
Ao longo deste artigo, exploramos em detalhes a relação entre a alimentação e os sintomas de gastrite e refluxo. É evidente que a escolha dos alimentos pode desempenhar um papel significativo no manejo dessas condições. Os alimentos adequados, como vegetais frescos, grãos integrais e proteínas magras, tendem a aliviar os sintomas, enquanto aqueles ricos em gordura, ácido ou cafeína podem exacerbar o desconforto. Uma dieta balanceada e consciente é, portanto, fundamental para promover a saúde digestiva e minimizar os incômodos associados à gastrite e ao refluxo.
Além de considerar a qualidade dos alimentos, é igualmente importante observar a forma como são consumidos. Comer em porções menores e prestar atenção ao ritmo das refeições pode ajudar a prevenir a sobrecarga no sistema digestivo. Da mesma forma, evitar alimentos irritantes e bebidas gaseificadas pode contribuir para a redução dos sintomas. Manter um diário alimentar pode ser uma estratégia útil para identificar quais alimentos afetam cada indivíduo, permitindo adaptações efetivas na dieta.
Por fim, é crucial ressaltar que cada pessoa pode reagir de maneira diferente a determinados alimentos. Assim, recomenda-se que os indivíduos que enfrentam gastrite e refluxo busquem orientação profissional de um nutricionista ou médico. Esses profissionais podem oferecer orientações personalizadas e seguras, criando um plano alimentar adequado às necessidades específicas de cada paciente. Uma abordagem cautelosa e bem-informada será fundamental para alcançar um melhor conforto e qualidade de vida, minimizando os efeitos adversos da gastrite e do refluxo.
Aqui estão os links para os estudos mencionados:
Refluxo Gastroesofágico (DRGE):
Gastroesophageal reflux disease (GERD): pathophysiology, diagnosis, and treatment - PubMed
Management of gastroesophageal reflux disease in adults - NCBI
Lifestyle and dietary factors in the pathogenesis of gastroesophageal reflux disease - PubMed
Gastrite:


